A primeira Destilaria de Petróleo do Brasil surgiu à margem esquerda do Rio Uruguai, no ano de 1933, 90 anos depois da criação da primitiva Capela Uruguai, que mais tarde venho se torna Vila e consequentemente a cidade de Uruguaiana. São os idealizadores dessa façanha os comerciantes e pecuaristas Eustáquio Ormazabal e João Francisco Tellechea e os argentinos Raul Aguiar e Manoel Morales.
Este projeto teve as atividades concretizadas no dia 26 de novembro de 1934, quando foi processado o primeiro litro de gasolina do Brasil. A sua produção diária era de 400 barris. Além da gasolina era produzido querosene, óleo diesel e óleo combustível.
O petróleo cru era exportado do Equador através de navios-tanques com o destino o Porto de Buenos Aires e desta capital seguia-se a matéria-prima de trem até a vizinha cidade de Passo de los Libres e transportado por uma chata-tanque pelo Rio Uruguai diretamente a destilaria que estava localizada a sua margem.
Os equipamentos da destilaria foram produzidos em Buenos Aires e o projeto da construção ficou a cargo do russo Estebám Polansk e o búlgaro Pedro Ivanoff Popoff ficou encarregado de colocar em funcionamento a destilaria, e das suas mãos foi produzido o primeiro litro de gasolina do Brasil.
No ano de 1936 uma lei do governo argentino colocou um novo desafio aos empreendedores da Destilaria Rio-grandense de Petróleo S/A, pois a nova lei proibia a reexportação de petróleo a partir de seu território e entraria em vigor um ano após a sua criação.
Surge a ideia de trazer o petróleo cru via Montevidéu – Brasil, mas ainda teria o problema de passar o produto por outro país, para terminar com este impasse, decidiu-se que o petróleo deveria ser desembarcado diretamente no porto de Rio Grande, sendo construídos tanques de armazenagem junto ao porto e depois ser levado a Uruguaiana.
No dia 6 de agosto de 1936, empresários brasileiros, argentinos e uruguaios reunidos em Porto Alegre formalizam a constituição da empresa Ipiranga S/A. Companhia Brasileira de Petróleo
Marcando o pioneirismo na industrialização petrolífera do Rio Grande do Sul, em 1933 surge em Uruguaiana, a “DESTILARIA RIOGRANDENSE DE PETRÓLEO SA” – marco inicial do “Grupo Ipiranga SA”, que para o maior orgulho desta cidade é sabermos que aqui mesmo, no dia 26 de novembro de 1934, foi destilada a primeira gota de gasolina no Brasil, utilizando o petróleo vindo do Equador, da Empresa “LOBITOS OIL FIELD LIMITED”, transportado por trens da Argentina e aqui chegando via rio - Uruguai em “Chatas´tanque”.
Seus derivados aos poucos foram ganhando notoriedade, sendo refinado, além da gasolina, os subprodutos: querosene Aymoré, Aguarrás Pampeiro, solventes e óleo diesel.
Após ser criada a destilaria, com sociedade do uruguaianense JOÃO FRANCISCO TELLECHEA e os argentinos EUSTÁQUIO ORMAZABAL (que aqui já residia), e mais MANOEL MORALES e RAUL AGUILAR, trouxeram a tecnologia e pessoas capazes para esse empreendimento, entre eles o químico PEDRO IVANOFF. A empresa chegou a ter mais de 200 funcionários e produzindo 400 barris diários de gasolina.
Com o Decreto Lei nº. 395, der 29 de abril de 1938, Getúlio Vargas nacionaliza a indústria do petróleo no Brasil, determinando então, que a direção dessa indústria fosse somente dirigida por acionistas brasileiros.
Em 7 de setembro de 1937 fundam, na cidade portuária de Rio Grande, a Refinaria de Petróleo Ipiranga SA, um dos maiores complexos industriais do país e, dando expansão nacional, a Ipiranga adquire, em 1959, a empresa Norte Americana “GULF OIL”, concretizando suas pesquisas na área da petroquímica, criando em 1980 a POLISUL e em 1993, adquirem também a Companhia de Petróleo Atlantic.
Lá por 1975, devido a um incêndio ocorrido, a destilaria, de Uruguaiana, foi fechada, permanecendo atualmente como terminal da Ipiranga SA, no abastecimento de combustíveis da região.
O Grupo Ipiranga, com seus longos anos de atividades, conta ainda, com um Centro Cultural corporativo, inaugurado em 14 de junho de 1999, com uma área de 145 metros quadrados, em seu edifício-séde em Porto Alegre, onde conta a história do grupo, constando de um acervo que reúne 3.000 imagens e documentos. Consta também, de uma galeria de seus fundadores e uma fototéca com os postos de ontem e de hoje. Deve chamar atenção de quem visita esse Centro Cultural, um posto antigo da década de 60, onde aparece uma propaganda inspirada pela musa símbolo “PIRELLA”- homenagem a Barbarella de Roger Vadim, imortalizada pela atriz Jane Fonda. Também não poderíamos deixar de mencionar os belíssimos calendários produzidos pela Ipiranga, em que muitos deles, constou os trabalhos artísticos do uruguaianense LUIZ ALBERTO PONT BEHEREGARAY (BEREGA), que realizou obras para a empresa por vinte anos.
Numa das maiores operações empresariais do Brasil, os acionistas controladores do Grupo Ipiranga negociaram suas ações com os Grupos BRASKEM (Petroquímica brasileira), Grupo ULTRA e com a PETROBRAS, cabendo aos novos acionistas o seguinte: Grupo Ultra – responsável pela distribuição de combustíveis no sul e sudeste, devendo continuar a operar com a marca da Ipiranga. Petrobras - responsável pela rede de distribuição do norte, nordeste e centro oeste e usará a marca Ipiranga por cinco anos, depois deverá usar sua marca da Petrobrás Distribuidora, ficando com 40% das atividades Ipiranga no setor da Petroquímica. Grupo Braskem – passando a deter 60% dos ativos do Grupo Ipiranga na Petroquímica e reforçará sua posição de controle do COPESUL
Os três grupos juntos ficam com a refinaria de Rio Grande. Nesta mega operação, o valor total foi de R$ 2.113.128.515,00.
O compromisso histórico do Grupo Ipiranga do Rio Grande do Sul e do Brasil, será mantido pela Petrobras, Grupo Ultra e Braskem, havendo também, continuidade na área social, cultural e ambiental.
Eis a história que enaltece Uruguaiana – pois aqui iniciou a primeira destilaria de petróleo do Brasil